Você quer viver deliciosamente?
Deixe eu te ensinar
Como despir seus deuses,
Como escarrar na santidade,
Como dançar nu entre cabras
Como pecar como quem perdoa:
Beber, trepar, rir e gozar
Matar o que te mata
Matar o que fez são
Matar o sentido
E viver a sensação
Vem, é delicioso o rio de licor,
Feito do sangue de desejos,
Feito de loucuras reprimidas
Vem que eu te ensino
A pisar na grama
quando dizem NÃO
Abre as pernas,
deixa uma sombra penetrar,
irrequieta e sedenta:
você tem sede de quê?
você tem fome de quê?
Você que tem sagrado a alma,
Tem adornado o espírito,
Mas profanado seu corpo
Porque o corpo é sujo,
O corpo apodrece,
A alma é sagrada,
Os vermes não podem comê-la.
Vem, façamos um pacto:
mate sua alma
e receba seu corpo de volta,
tão lindo e eterno
quanto jamais acreditou ser.
Vai, enfia esses dedos
por entre as dobras
e trema as pernas
e grite:
o corpo é também
uma alma.
O gozo é um mistério.
Amém.
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