Um dos extremos dA Imperatriz é querer cuidar tanto dos outros que esquece de si mesma. Maternidade, ah, maternidade, quão simples e quão plural este conceito. A Imperatriz é a grande mãe, aquela que existe para gerar e nutrir os herdeiros do reino. Ser mãe é mais do que criar, é proteger, cuidar, alimentar, dar colo.
Muitas vezes acho que eu cumpro esse papel materno tanto para com os consulentes quanto para com as pessoas ao meu redor. Tento tanto cuidar das pessoas que esqueço de mim mesmo. Tem vezes que me dói o coração no simples fato de uma pessoa sair triste numa consulta depois de ver as cartas que saíram e ver que o caminho por vir não será simples. Que boa mãe quer os filhos sofrendo? Às vezes eu posso estar ocupado com minhas coisas e mesmo assim passar considerável parte do meu tempo cuidando de alguma amizade que esteja sofrendo, que esteja passando por um período ruim. Ser mãe é ver filhos até na criança dos outros.
Mas quem vai cuidar dessa mulher quando não são os outros que estão precisando de ajuda, mas ela própria? Quem dá colo pra mãe? Imerso na minha necessidade de dar afeto, de cuidar, acolher, acabo eu mesmo percebendo que tem horas que não dá pra ser sempre mãe. Toda mãe é também filha de alguém, precisa de colo, de afeto, do carinho que só pode receber de outrem.
Esses últimos dias tenho percebido então que não adianta querer abarcar todas as coisas no nosso colo, querer ser mãe de todo mundo exceto de si mesmo. Mulher grávida precisa de cuidados também, imagina andar com um bebê de nove meses no colo. Tem que ter ajuda, apoio, um pré-natal adequado. Hoje entendo que a "maternidade" é também receber colo para além de dar. E fico feliz que muita gente está me dando apoio frente as particulares tristezas dos últimos dias. Quem disse que partos são fáceis?
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