Tarô é terapia?
Não.
Eu poderia acabar o texto aqui e já teria dito o suficiente, mas sei que se isso aqui fosse uma escola me pediriam um “explique sua resposta”. Pois bem: tarô é um oráculo, terapia é um tratamento médico geralmente voltado aos problemas psíquicos das pessoas. Ambos podem aconselhar mas com âmbitos e técnicas diferentes. Terapias envolvem psicólogos, pessoas estudadas para isso, gente que fez faculdade. Tarô, sendo meio oracular, envolve um aprendizado que não se consegue num diploma, podendo ser manifesto das mais amplas formas: estudo de livros, intuição, magia.
Tentar colocar as duas coisas num mesmo patamar é algo perigoso tanto para a psicologia quanto para a taromancia em si pois estaríamos mistificando algo que envolve ciência e cientificando um processo místico e nisso a tendência é sempre criar quimeras horrendas que o new age tanto gosta de propagar. A ideia de destino dos oráculos se perde e o valor de cátedra da psicologia se torna irrelevante quando tentamos fazer essa combinação, ainda mais se de maneira impensada como muitas pessoas acabam fazendo.
Se o tarô pode aconselhar e mudar a vida de pessoas tal qual terapia? Sim. Mas tarô não cura depressão e transtornos psicológicos nem resolve traumas com a mesma qualidade e significância do processo realmente terapêutico que envolve anos de estudo sério e aplicado no meio acadêmico.
Aqui não estou procurando julgar os tarôs que se denominam terapêuticos mas sim dizer que essa nomenclatura é um tanto perigosa por tentar relacionar o tarô a algo que ele não é e nem pode ser. Seria muito mais apropriado termos uma nomenclatura como “tarô orientador” ou “tarô aconselhador” que coloca o tarô num papel mais palpável e verdadeiro acerca da sua qualidade oracular. Certamente não gostaríamos de ouvir um conceito como tarô odontológico, não é?